Pós-fascismo. Fascismo como conceito transhistórico.
Enzo Traverso
Tradução de Luciana Magry
Revisão de Pedro Barbosa
A ascensão da extrema-direita é uma das características mais notáveis da atual situação internacional. Desde os anos 30 do século passado, o mundo não havia experimentado um crescimento similar de movimentos de direita radical, que inevitavelmente despertam a memória do fascismo. No início, o núcleo dessa tendência era a Europa Continental, com a ascensão da Frente Nacional na França e outros movimentos de extrema-direita da Europa Central. Hoje, os partidos de extrema-direita estão no poder em sete países Europeus – Áustria, Bélgica, Hungria, Polônia, República Checa e Finlândia – e estão fortemente representados em quase todos os países da União Europeia. O êxito da Alternative fur Deutschland e do Vox, demonstram que Alemanha e Espanha já não são exceções. E que, por trás da eleição de Donald Trump nos EUA e de Bolsonaro no Brasil, essa tendência adotou uma dimensão global. Os fantasmas do fascismo ressurgem e reabrem velhos debates: por acaso o velho conceito de fascismo dá conta da novidade da ascensão das direitas radicais? O conceito de fascismo é transhistórico; transcende o tempo em que apareceu e pode ser utilizado com o fim de apreender novas experiências, que estão conectadas com o passado através de uma teia de aranha de continuidades temporais (esse foi o caso das ditaduras latino-americanas dos anos 70). Não obstante, as comparações históricas estabelecem analogias e diferenças, mais do que homologias e repetições. Às vezes revelam que os velhos conceitos não funcionam e devem ser renovados.
Hoje a ascensão das direitas radicais desdobra uma ambiguidade semântica: por um lado, praticamente ninguém fala de fascismo – excetuando, talvez, em relação a Bolsonaro – e a maior parte dos comentaristas reconhecem as diferenças existentes entre esses novos movimentos e seus ancestrais dos anos trinta; por outro lado, qualquer intento de definir esse novo fenômeno implica uma comparação com o período entreguerras. Resumindo, o conceito de fascismo parece ao mesmo tempo inapropriado e indispensável para compreender esta nova realidade. Esta é a razão pela qual o conceito de pós-fascismo corresponde a esta fase transicional. Pós-fascismo deve ser entendido tanto em termos cronológicos como políticos: por um lado, esses movimentos aparecem posteriormente ao fascismo e pertencem a outro contexto histórico; por outro, não pode ser definido comparando-o ao fascismo clássico, que segue sendo uma experiência fundacional. Por um lado, já não são fascistas; por outro, não são totalmente distintos, são algo intermediário.
A situação nos leva a recordar a famosa sentença do 18 Brumário... de Karl Marx, onde se comparava Napoleão Bonaparte com seu sobrinho, Luís Napoleão; a história se repete: primeiro como tragédia e depois como farsa. Trump, Bolsonaro e Salvini parecem caricaturas de Hitler e Mussolini. Isso não é de todo falso, mas não é suficiente.
A ascensão da direita radical não é a única analogia atual com relação à situação do mundo do entreguerras. Outras semelhanças são evidentes e se destacaram frequentemente: em primeiro lugar, a ausência de uma ordem internacional e as sucessivas ondas concêntricas de crise econômica. Nos anos 20 e 30, tal caos ocorreu pelo colapso da concertação europeia do século XIX, enquanto hoje em dia é resultado do fim da Guerra Fria e de seu mundo (bi)polarizado. A ausência de uma ordem internacional sempre faz emergir a demanda de homens fortes. Nos anos trinta, como hoje, as crises econômicas alimentaram a ascensão do nacionalismo, a xenofobia, o racismo e a demanda de poderes autoritários. Não seria difícil traçar um paralelo entre a crise econômica, política e moral da Europa nos anos 30 e a crise atual na União Europeia: não há como não pensar na crise dos refugiados, que parece uma repetição da Conferência de Evian de 1938.
Contudo, gostaria de ressaltar algumas diferenças cruciais entre o fascismo clássico e a nova direita radical. Estas diferenças se referem sobretudo ao anticomunismo, à revolução, ao utopismo, ao antissemitismo e ao conservadorismo.
Anticomunismo
Um pilar fundamental do fascismo clássico é o anticomunismo. Depois da Grande Guerra, o anticomunismo foi o caldeirão da transformação do nacionalismo de uma direita conservadora para uma direita revolucionária: Mussolini definiu tal movimento como uma revolução contra a revolução. Hoje, depois do colapso do socialismo real e do fim da União Soviética, o anticomunismo tem perdido tanto seu atrativo como seu significado. Às vezes sobrevive – pensemos na campanha de Bolsonaro contra o marxismo cultural – mas fica à margem. Isso tem algumas consequências consideráveis. Já não existe a potente fronteira que no passado separava o fascismo da esquerda e do movimento operário. Le Pen, Salvini, Orban e Trump reintegraram a classe operária na comunidade nacional. Logicamente, referem-se à classe operária nacional, em sua maior parte composta de homens brancos, mas dizem defendê-los contra a globalização. Caiu uma fronteira significativa. Em perspectiva histórica, o pós-fascismo poderia ser visto como um resultado da derrota das revoluções do século XX: depois do colapso do comunismo e da adoção da governança neoliberal pelos partidos social-democratas, os movimentos de direita radical se converteram, em muitos países, nas forças mais influentes opostas ao sistema, sem mostrar uma vertente subversiva e evitando qualquer competição com a esquerda radical.
De acordo com o paradigma populista clássico, a direita radical não abandonou o velho mito do povo bom oposto às elites corruptas, mas o reformularam de um modo significativo. No passado o povo bom significava uma comunidade rural etnicamente homogênea, oposto às classes perigosas das grandes cidades. Depois do fim do comunismo, uma classe operária derrotada e golpeada pela desindustrialização foi reintegrada em tal comunidade nacional-popular. O povo mau – imigrantes, muçulmanos e negros dos subúrbios, mulheres com véu, viciados e marginais – são fundidos com as classes ociosas que adotam costumes libertários: feministas, defensores dos direitos dos gays, antirracistas, ecologistas e defensores dos direitos dos migrantes. Por fim, o povo bom do imaginário pós-fascista é nacionalista, antifeminista, homofóbico, xenofóbico... e alimenta uma clara hostilidade contra a ecologia, a arte contemporânea e o intelectualismo.
Antiutopismo
O pós-fascismo pertence a uma era pós-ideológica delineada pelo colapso das esperanças do século XX e não rompe sua temporalidade presentista que, nas palavras de Koselleck, carece de um “horizonte de expectativas”. Nos anos 30, o fascismo reivindicava uma revolução nacional e se pintava a si mesmo como uma civilização alternativa, oposta tanto ao liberalismo como ao comunismo. Anunciava o nascimento de um novo homem que regeneraria o continente, substituindo as velhas e decadentes democracias. O pós-fascismo não tem ambições utópicas. Sua modernidade reside nos meios de sua propaganda – todos os líderes estão familiarizados com a publicidade televisiva e a comunicação – mais do que em seu projeto, que é profundamente conservador. Contra os inimigos da civilização – a globalização, a imigração, o islã, o terrorismo –, a direita radical só reivindica o retorno ao passado: moeda nacional, soberania nacional, preferência nacional, deter a imigração, a preservação das raízes cristãs dos países ocidentais, etc.
Deste ponto de vista, a nova direita radical é mais conservadora que fascista; pertence à tradição do desespero cultural (Fritz Stern) mais do que à da revolução conservadora. Pensemos no ideólogo da Alternative fur Deutschland, Rolf-Peter Sieferle. Escreveu um panfleto pessimista em que se queixava da decadência da Alemanha dominada por valores cosmopolitas e pós-nacionais, completamente remodelada pela ideia de Habermas do patriotismo constitucional. Após a publicação de seu testamento intelectual, suicidou-se. Não é realmente a trajetória de um redentor.
Xenofobia
Uma característica comum em todos os pós-fascistas é a xenofobia. O ódio contra os imigrantes modela sua ideologia e inspira sua ação. O imigrante é a metáfora de um inimigo interior que corrompe o corpo nacional como um vírus ou um câncer. A busca de um bode expiatório é um elemento constitutivo do discurso fascista, mas precisamos observar uma mudança capital: o deslocamento do antissemitismo em direção à islamofobia. O principal objeto dos movimentos pós-fascistas já não são os judeus, mas os muçulmanos.
O fascismo era profundamente antissemita. O antissemitismo modelava o conjunto da cosmovisão do nacional-socialismo alemão e afetou profundamente as distintas variantes dos nacionalismos radicais franceses; se introduziu nas leis de 1938 do regime fascista italiano e inclusive na Espanha, de onde os judeus haviam sido expulsos no final do século XV, distinguia a propaganda de Franco, que os identificava com os vermelhos, ambos inimigos do nacional-catolicismo. Claro que, durante a primeira metade do século, o antissemitismo havia se estendido praticamente a todos os âmbitos; das camadas aristocráticas e burguesas – onde traçou fronteiras simbólicas – até a intelligentsia: muitos dos escritores mais lidos dos anos 30 não ocultaram seu ódio contra os judeus.
Hoje, o racismo mudou suas formas e objetos: o imigrante muçulmano substituiu o judeu. O racismo – um discurso científico baseado em teorias biológicas – tem sido substituído por um preconceito cultural que põe destaque em uma discrepância antropológica radical entre a Europa judaico-cristã e o islã. O antissemitismo tradicional, que modelou todos os nacionalismos europeus durante mais de um século, se converteu em um fenômeno residual. Como em um sistema de vasos comunicantes, o antissemitismo do pré-guerra começou a declinar e aumentou a islamofobia. A representação pós-fascista do inimigo reproduz o velho paradigma racista e, como o antigo bolchevique judeu, representa-se o terrorista islâmico com características físicas que denotam a sua alteridade.
Conspiração
Às vezes o antissemitismo e a islamofobia coexistem no discurso pós-fascista como duas figuras retóricas complementares. O caso mais impactante de tal combinação encontra-se em Viktor Orban, o chefe do governo húngaro, que denuncia uma dupla ameaça: uma conspiração financeira organizada por uma elite judaica que dirige o processo de globalização a partir de Wall Street (o objeto habitual de seus discursos é o banqueiro George Soros) e uma ameaça demográfica encarnada por uma imigração massiva procedente da Ásia e da África, que corresponde, a nível cultural, com uma terceira ameaça: a invasão islâmica. Sem a clareza das palavras de Orban, outros dirigentes da extrema-direita da Europa central e ocidental sugerem argumentos similares. Mas não devemos negar as múltiplas contradições de semelhante retórica xenofóbica: Orban, assim como Trump, Bolsonaro e outros líderes de extrema-direita, tem relações muito boas com Israel, que consideram um poderoso bastião anti-islâmico (e como um intermediário útil entre o grupo de Visegrado e os Estados Unidos).
Na França, o arquiteto do mito da Grande substituição – a islamização da França – é uma figura literária: Renaud Camus, um escritor que não esconde sua proximidade com a Frente Nacional. Há 15 anos, queixava-se em seu diário [1], da presença judaica devastadora nos meios culturais franceses; nos anos seguintes mudou o foco para os muçulmanos, cuja imigração massiva provocaria uma grande substituição. Camus pertence a velha escola do conservadorismo francês. Os mais populares defensores da teoria da grande substituição são, não obstante, dois intelectuais públicos judeus: Éric Zemmour e Alain Finkielkraut. Zemmour dedicou a este tema um livro muito famoso – foram vendidos 500.000 exemplares em seis meses – intitulado O suicídio francês. Fenkielkraut é o autor de outro “best-seller”, A identidade infeliz, no qual ele descreve o desespero de uma grande nação frente a duas calamidades: o multiculturalismo e uma mestiçagem erroneamente idealizada (a mestiçagem de uma França “negra-branca- árabe” [2]. Este discurso não difere muito do antissemitismo de Heinrich von Treitschke. Em 1880, este historiador alemão lamentava a invasão (Einbruch) dos judeus na sociedade alemã, onde corromperam os costumes culturais e atuaram como elemento de corrupção. A conclusão de Treitschke foi uma nota de desespero que se converteu numa espécie de “slogan”: “Os judeus são a nossa infelicidade” (die JudensindunserUngluck).
O retorno do colonial reprimido
Em qualquer caso, a islamofobia não é uma simples sucessora do velho antissemitismo, já que suas raízes são antigas e tem sua própria tradição, que é o colonialismo. O colonialismo inventou uma antropologia política baseada na dicotomia entre cidadãos e súditos coloniais – em francês, as categorias legais de cidadãos e indígenas – que fixava fronteiras sociais, espaciais, raciais e políticas.
A matriz colonial da islamofobia nos leva à chave para entender a metamorfose ideológica do pós-fascismo, que abandonou as ambições imperiais e conquistadoras do fascismo clássico com o objetivo de adotar uma postura mais conservadora e defensiva. Não deseja conquistar, mas sim expulsar (inclusive criticando as guerras neoimperialistas lutadas desde o início dos anos 90 pelos EUA e seus aliados ocidentais). Enquanto o colonialismo do século XIX desejava êxito em sua missão civilizatória mediante suas conquistas fora da Europa, a islamofobia pós-colonial luta contra um inimigo interior em nome dos mesmos valores. A rejeição substituiu a conquista, mas suas motivações não mudaram; hoje em dia, a rejeição e a expulsão, buscam proteger a nação de sua influência deletéria. Isso explica os debates recorrentes sobre a laicidade e o véu islâmico que conduzem à lei islamófoba que o proíbe em espaços públicos. Esse acordo consensuado sobre uma concepção neocolonial e discriminatória da laicidade contribuiu significativamente para a legitimação do pós-fascismo na esfera pública.
Republicanismo de direita
O pós-fascismo não oculta suas inclinações autoritárias – exige um poder executivo forte, leis de segurança especiais, a pena de morte, etc. – mas foi abandonado seu velho marco ideológico – que supõe uma ruptura real com o tipo ideal fascista –, com o fim de abraçar a ilustração. Na era pós-totalitária dos direitos humanos, isso o fornece respeitabilidade. O colonialismo clássico se desenvolveu em nome do progresso e, na França, do universalismo republicano; esta é a tradição com a qual o pós- fascismo tenta se fundir. Não justifica sua guerra contra o islã com os velhos e hoje inaceitáveis argumentos do racismo doutrinário, e sim com a filosofia dos direitos humanos. Marine Le Pen – que se distanciou claramente de seu pai neste tema – não deseja defender exclusivamente os franceses nativos contra os imigrantes, mas também deseja defender judeus e mulheres contra o terrorismo, o comunitarismo e o obscurantismo islâmico. Homofobia e islamofobia “gay friendly” coexistem nessa direita radical em transformação. Nos Países Baixos, o feminismo e os direitos dos gays tem sido a bandeira para uma campanha violentamente xenófoba por parte de Pim Fortuyn, e posteriormente de seu sucessor Gert Wilders, contra a imigração e os muçulmanos.
Elites
Durante os anos 30, o medo do comunismo empurrou as elites europeias a aceitar Hitler, Mussolini e Franco. Como já assinalaram diversos historiadores, tais ditadores certamente se beneficiaram de erros de cálculo cometidos pelos homens do Estado e pelos partidos conservadores tradicionais. Mas não há dúvida de que sem a Revolução Russa e a Grande Depressão, em meio ao colapso da República de Weimar, as elites econômicas, militares e políticas não teriam permitido que Hitler tomasse o poder. Hoje, na Europa, os interesses das elites econômicas estão muito melhor representados pela União Europeia do que pela direita radical. Esta só poderia se converter em um interlocutor crível e uma direção potencial no caso de um colapso do euro, que empurraria o continente a uma situação de caos e instabilidade. Infelizmente não podemos excluir tal possibilidade. As elites da União Europeia nos remetem aos sonâmbulos à beira do precipício de 1914, aos defensores da concertação europeia que se dirigiam para a catástrofe sem em absoluto ter consciência do que estava acontecendo.
As raízes dos movimentos de direita radical são antigas, mas seu ascenso foi significativamente potencializado pela crise econômica, que revelou uma relação simbiótica existente entre as elites políticas (basta pensar em Hillary Clinton nos EUA) e financeiras. Diferente tanto dos partidos social-democratas como da direita tradicional, que apoiaram e encarnaram tal simbiose política e econômica, a direita radical da União Europeia sempre se opôs à introdução da moeda comum (o euro) e suas políticas de austeridade. Esta é a premissa de seu crescimento espetacular. As elites tradicionais não são alternativa ao ascenso do pós-fascismo pela simples razão de que são sua causa principal.
Populismo
O discurso acerca da decadência, da identidade ameaçada, da imigração descontrolada, da invasão islâmica e da defesa do Ocidente é bastante comum entre todas as correntes conservadoras e os partidos governamentais da direita tradicional. O que os distingue do pós-fascismo é o nacional-populismo. A direita radical deseja mobilizar as massas e reivindicar um despertar nacional para afastar a elite corrupta, dirigida pelo capitalismo global e responsável por políticas que abriram os países europeus à imigração descontrolada e à colonização islâmica.
Resumindo, não há dúvida de que os movimentos de direita radical são populistas – sua retórica consiste em colocar o povo contra as elites –, mas uma definição tão simples descreve seu estilo político sem apreender o seu conteúdo. Desde o século XIX, experimentamos o populismo russo e norte-americano, uma grande variedade de populismos latino-americanos, um populismo fascista e um populismo comunista. Hoje em dia esta etiqueta foi aplicada a personalidades tão distintas como Hugo Chavés e Silvio Berlusconi; Marine Le Pen e Jean-Luc Mélenchon, o líder da Frente da Esquerda francesa; Matteo Salvini, o líder da Liga Norte italiana e Pablo Iglesias, o líder do Podemos, na Espanha. Populismo é um termo camaleônico: quando o adjetivo se transforma em substantivo, seu valor heurístico cai dramaticamente. Muitas vezes, populismo é uma palavra que revela o desdém em relação ao povo por parte de quem o utiliza com o fim de desqualificar seus adversários. Esta é a razão pela qual creio que o pós-fascismo é uma definição muito mais pertinente.
Hoje em dia o pós-fascismo está crescendo em todas as partes e não sabemos o desenlace de sua proliferação. Poderia se manter no marco da democracia liberal, mas também poderia experimentar uma nova radicalização, especialmente no caso de um colapso da União Europeia, que é um de seus objetivos. As premissas de ambos os desenvolvimentos já existem. Como afirmei no início, a segunda opção resultaria na transformação do fascismo em um conceito transhistórico. Neste caso, nos veríamos compelidos a reconhecer que o fascismo não foi um parênteses do século XX.
Enzo Traverso é historiador. Recentemente publicou “As novas faces da direita” (2018) e “Melancolia de esquerda” (2019).
Notas
[1] Publicado em forma de livro no ano 2000: La Campagne de france. Journal 1994. Ed. Fayard.
[2] “Beur” é uma expressão coloquial que significa população de origem árabe.
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